Refletir sobre a política de educação brasileira tem o intuito de aguçar
o interesse por esta temática, principalmente para os assistentes sociais,
considerando a importância que a educação adquire para elevação cultural das
massas (Gramsci, 1991), com possibilidade de formar uma consciência critica da
realidade.
A educação, dimensão
complexa e histórica da vida social, é um processo social vivido no âmbito da
sociedade civil e protagonizado por diversos sujeitos sociais, mas também é uma
área estratégica de atuação do Estado, que pode utilizá-la como mero
instrumento de preparação para o mercado de trabalho e também como forma de
transmitir a ideologia dominante.
Neste sentido, a
Política de Educação, como política social, é um espaço contraditório de embate
entre diversos projetos societários que se legitimam historicamente, conforme
se estabelece a correlação de forças existente naquela determinada realidade e
contexto histórico.
Ao longo das últimas
décadas, o processo de produção capitalista sofreu profunda reestruturação
visando manter a hegemonia do capital. Essas mudanças no processo produtivo,
nas relações de trabalho, entre outras provocaram alterações na esfera da
educação e da cultura, considerando que o mercado de trabalho exige
profissionais polivalentes capazes de se ajustar as novas demandas do trabalho,
valorizando o saber meramente instrumental.
Nesta perspectiva, a
educação tornou-se prioritária na agenda mundial, considerando o lugar
privilegiado que ocupa no desenvolvimento econômico sendo portanto, preconizada
por vários organismos internacionais que influenciam as reformas educacionais
nos diversos países, pautada principalmente, pela expansão quantitativa do
acesso a educação escolarizada em detrimento da sua qualidade.
“De certo modo, há que
se destacar o processo de valorização da educação vem se mostrando impregnado
por uma concepção alicerçada nos pressupostos da economia, ou seja, educar para
a competitividade, educar para o mercado, educar para incorporar o Brasil no
contexto da globalização. Esta visão restrita acabou por deixar de lado muitos
dos valores que anteriormente vinham informando o fazer educacional: educar
para a cidadania, educar para a participação política, educar para construir a
cultura, educar para a vida em geral” (BARONE, 2000 p.8).
Desta forma constata-se
que os ditames do mercado são os pressupostos que fundamentam a política de
educação brasileira, conforme a análise de diversos educadores, tais como:
Gentili (1995); Frigotto (2002); Saviani (2002), entre outros, que indicam que
as modificações na estrutura da educação brasileira, organizadas na reforma
educacional, acontecem no bojo da implementação de uma série de políticas que
visam estabelecer as relações favoráveis às mudanças no padrão de acumulação
dos paises do terceiro mundo.
No Brasil, com a luta
dos movimentos sociais conseguiram garantir na Constituição Federal de 1988 que
educação atingisse o status de direito social, garantindo a obrigatoriedade da
educação infantil e do ensino fundamental, e progressiva expansão do ensino
médio.
Portanto, na
constituição brasileira a educação é reconhecida como direito público
subjetivo, isto significa dizer que “os indivíduos tem o direito de requerer do
Estado à prestação educacional, porque o descumprimento deste dever traz como
consequência à responsabilização da autoridade competente, segundo determina o
artigo 208, parágrafo 1° e 2° da Constituição Federal de 1988” (VIEIRA, 2001,
p.23).
O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 53, e a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, garante o disposto na Constituição
brasileira, em relação à educação.
Contudo a realidade
explicita á distância entre o direito garantido na legislação e sua
concretização, principalmente no que se refere à qualidade do ensino, cujo
resultado tem sido a ‘fabricação’ de analfabetos funcionais, além de outras
situações que demonstram a precariedade da educação.
De acordo com o
PNAD-2009 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 20,3% da população
brasileira é analfabeto funcional, ou seja, pessoas com 15 anos ou mais de
idade, que não completaram quatro anos de estudo, e em geral, lêem e escrevem
frases simples, mas não conseguem interpretar textos e usar a leitura e a
escrita em atividades cotidianas, impossibilitando o seu desenvolvimento
pessoal e profissional.
Portanto, a educação
pública escolarizada ainda não se constituiu em um direito social efetivo.
Diante
dos fatos, considerando que o Serviço Social tem como um dos seus compromissos
ético-político a defesa dos direitos sociais, lutando pelo acesso dos sujeitos
históricos a esses direitos, que são efetivados por meio das políticas
públicas, é imprescindível que os assistentes sociais também se engajem, junto
com os educadores, na luta pela educação pública de qualidade e para todos.
A IMPORTÂNCIA DO ASSISTENTE SOCIAL NA EDUCAÇÃO
Elizângela Santana
O Serviço Social na área da educação surgiu como uma
alternativa para compreender os problemas do estudante em seu contexto social,
sabendo que para o professor não era fácil conhecer o ambiente social e a vida
fora da escola, pois tinha como função principal ministrar aulas.
Durante sua trajetória histórica, o Serviço Social
escolar foi se estruturado e alcançando novos espaços, começando a atuar no
processo preventivo possibilitando aos alunos um desenvolvimento completo na
perspectiva transformadora, tornando-os verdadeiros cidadãos, conhecedores de
seus direitos e conscientes de seus deveres.
Cabe à educação a tarefa de despertar os talentos e
formar seres humanos que venham a ser atuantes na sociedade; faz-se necessário
uma educação que não apenas informa, mas que forma verdadeiros cidadãos. E para
que isto realmente aconteça é importante à presença de um profissional que
tenha compromisso com a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos
indivíduos sociais.
Não há dúvida de que o
projeto ético-político do Serviço Social brasileiro está vinculado a um projeto
de transformação da sociedade. Os assistentes sociais na área de educação ou em
qualquer outro setor devem articular os princípios propostos no projeto
ético-político, rumo à defesa da universalidade dos direitos e da defesa
intransigente dos direitos humanos.
Através da intervenção
qualificada, ética e socialmente comprometida do Assistente Social na educação,
pretende-se integrar família/escola e despertar nos educando suas
potencialidades e capacidades de realização, tornando-os cidadãos comprometidos
com o desenvolvimento social e a superação contínua dos próprios limites.
A educação e a interface com o
serviço social
Patrícia Silva de Souza;
Profª Drª Helen Barbosa Raiz Engler
(orientadora)
Docente do Departamento de Serviço
Social
O assistente social dentro da escola direcionará o debate das políticas
para o campo social em articulação com o educacional, num processo de ampliação
dos direitos dos sujeitos envolvidos na instituição educacional – a
escola. Sociologicamente,
escola pode ser vista como grupo social, onde professores e alunos
reunidos em constante interação e com objetivos comuns transmite cultura; e
como instituição, conjunto de normas e procedimentos padronizados,
valorizados pela sociedade tendo como objetivo principal a socialização do
indivíduo e transmissão de cultura.
A escola nas suas diversas acepções
mostra-se como local de aprendizagem social e convivência; local onde o
indivíduo se torna cidadão capaz de fazer escolhas, criticar seu mundo, ser
dono de sua história. È possível observar que boas escolas são críticas do
sistema e buscam aproximar ensino e vida, procurando fazer do aluno ser humano
integrado à sociedade. Ela pode ser também um espaço de lutas, de denúncias da
domesticação e de soluções críticas feitas por indivíduos que desejam modificar
o presente, para construirem um futuro a seu modo. Como disse Pedro Demo:
“a cidadania que se elabora na
escola não é qualquer uma. Pois é especificamente aquela que sabe fundar-se em
conhecimento, primeiro para educar o conhecimento, e segundo, para estabelecer
com competência inequívoca uma sociedade ética, mais equitativa e solidária.”
A atuação do assistente
social no contexto escolar se dá em razão das múltiplas faces da questão
social, também rebatidas no cotidiano dessas instituições; problemas que o
conhecimento pedagógico não consegue enfrentar sozinho, fazendo-se necessário a
intervenção de uma equipe interdisciplinar. Para que a prática profissional
contribua no processo educacional é preciso que seja crítica e participativa,
estando relacionada com as dimensões estruturais e conjunturais da realidade em
sua totalidade.
Educação Popular...
A educação oficial busca o controle de consciência e
condutas, já a educação popular se opõe a isto, ela reconhece o saber popular e
suas formas de renovação. Tem intenção de transformar a realidade, mudar o
mundo e os homens, como um instrumento de luta que desvenda o mundo para
transformá-lo.
“A alegria não chega apenas no encontro do achado,
mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora
da procura, fora da boniteza e da alegria”. Paulo Freire
EDUCAÇÃO
POPULAR – UM ESPAÇO POSSÍVEL NA CONSTRUÇÃO DE SUJEITOS COLETIVOS
Profª Drª Onilda Alves do Carmo
Docente do Departamento de Serviço Social
Uma concepção metodológica na perspectiva da Educação
Popular deve ter como objetivo último, a formação de sujeitos que possam, por
meio de suas ações, transformar a realidade em que vivem.
O ponto de partida para esta formação é a prática
social destes sujeitos. Esta prática pressupõe tanto os elementos objetivos,
aqueles que surgem na vida cotidiana de um grupo ou nos embates das lutas de
classe, bem como os elementos subjetivos: os conhecimentos e interpretações que
as pessoas deste grupo ou dessa classe social adquiriram em sua experiência.
Num processo educativo, pensado na perspectiva da
educação popular, é importante definir não só o que fazer (ação), por quê (justificativa) e para que (objetivo), mas o como (metodologia) fazer.
Nas nossas práticas e na prática das lideranças dos
movimentos populares, dirigentes sindicais definem-se, com certa facilidade, o quê, o para que e inclusive o por
quê desta prática. O como fazer,
não aparece seja porque não damos importância, seja porque temos dificuldade de
pensar.
Um projeto de formação ou um pensado na perspectiva
da educação popular deve ter definido não só o quê (ação), o para que
(objetivos) e por quê (justificativa),
mas também o como (metodologia)
fazer, pois é através, principalmente, do como,
que se alcança o objetivo último deste fazer. É na maneira de se realizar um
determinado projeto que as pessoas nele envolvidas, aprofundam conhecimentos e
concepções de mundo, crescem e se apropriam das idéias, das reflexões e aos
pouco vão se tornando sujeitos deste processo. O como seria as estratégias
que utilizamos para realizar uma ação (o
quê), para com ela alcançar os objetivos (para que) a que nos propomos.
Estas estratégias englobam desde a orientação geral
da nossa ação até os instrumentos que vamos utilizar para realizá-la. A opção
por uma determinada estratégia revela a concepção metodológica que temos. Esta
concepção é a base para a formulação e aplicação da metodologia, dos métodos e
das técnicas específicas que utilizamos, de maneira crítica e criativa na nossa
ação, tendo em vista a realidade na qual ela se insere.
Esse processo só é possível acontecer se for
realizado com uma metodologia que conceba como ponto de partida o saber que
nasce da experiência de vida e trabalho, das pessoas envolvidas na ação. Essa
metodologia é a da Educação Popular.
Educação Popular: pressupostos e
métodos
A Educação Popular, não é a educação formal, com
conteúdos pré-determinados e destinada a transmitir conhecimentos. Ela é uma
proposta que nasce a partir do olhar que se lança sobre a realidade na qual os
educandos vivem e ela se propõe a ajudar esse educando a conhecer e analisar
essa realidade, não a partir do livros que trazem um conhecimento já
sistematizado, mas a partir do saber que nasce da experiência de vida e
trabalho desses educandos. Essa experiência
propicia um tipo de saber
construído a partir da prática enquanto experiência do trabalhador
conhecido como saber popular.
Essa prática social é a experiência de vida e
trabalho dos educandos e dos seus iguais que pode ser a família, a comunidade
ou grupo social.
Tomo Educação Popular no sentido usado por Brandão
que seria a educação que os grupos populares proporcionam a si próprios, como
uma classe social e através de suas instituições legítimas de classe. Essa
educação seria, segundo Brandão, uma forma de educação menos 'oficial e menos
enquadrada nos programas professor-aluno. Essa educação acontece, de maneira
geral, fora dos muros das escolas oficiais, é aquela um operário recebe fora da
fábrica e fora da escola, dentro do sindicato
(Brandão: 1977 p. 42).
Essa forma de aprendizagem contempla um método
diferente daquele que rege a educação dada nas escolas que pressupõe, muitas
vezes, um professor que detém o conhecimento e os alunos que nada sabem e que
precisam aprender com o professor. O que se usa na Educação Popular é um método
criado pelo educador Paulo Freire que sugere construir o conteúdo da
aprendizagem junto com os educandos. A diferença fundamental entre um e outro
não está tanto em graus de qualidade. Está no fato de que um, 'erudito', tornou
uma forma própria, centralizada e legítima de conhecimento associado a
diferentes instâncias de poder, enquanto o outro, 'popular', restou difuso —
não-centralizado em uma agência de especialistas ou em um pólo separado de poder
— no interior da vida subalterna da sociedade" (Brandão: 1986, p. 25 ).
Experiência: ponto de partida para
o processo de organização
No processo educativo da
educação popular o ponto de partida é o saber popular que nasce da experiência
das pessoas e de suas comunidades e grupos. Para Brandão o saber da comunidade
torna-se o “saber das frações (classes, grupos, povos, tribos) subalternas
da sociedade desigual” (Brandão:
1986, p. 26).
O saber popular, é fruto da experiência de vida e
trabalho das pessoas e suas comunidades portanto é importante considerar com
relevância a experiência dos grupos com
os quais se irá trabalhar. A metodologia da educação popular pressupõe, a
participação real dos educandos sem ela não é possível o desenvolvimento do processo educativo.
Em se tratando da experiência popular podemos afirmar
que a experiência de que falamos poderia enquadrar-se no que ele chamou de
experiência existencial que seria o da “experiência pessoal do ser humano em
toda sua totalidade, seus componentes estruturais e seus princípios de ação. É
uma experiência constituída e captada na lucidez de consciência e na
generosidade do amor, portanto uma experiência pessoal no sentido estrito da
palavra” (Miranda: 1998 p. 122).
A experiência no senso comum é dada como uma
modalidade de conhecimento imediato. Este conhecimento permite que o sujeito vá
acumulando informações que lhe servirão de guia para, numa situação semelhante
àquela em que vivenciou determinada experiência, tirar suas conclusões. Para Miranda a experiência não só é um tipo
de conhecimento imediato, mas ela é também fonte de conhecimento, que “não
acontece pela atividade discursiva da inteligência, como seria a conclusão de
um silogismo, nem por uma reflexão posterior, e nem pelo acolhimento do saber
em razão da autoridade ou de tradição histórica. Trata-se, portanto, de uma
percepção simples e imediata de algo, que provoca grande certeza fundada numa
evidência específica" (Miranda: 1998 p. 121).
O espaço no qual acontece a
educação popular
A educação popular se dá no processo de organização
de um grupo social, de uma comunidade ou de uma classe. Por isso o espaço no
qual ela acontece não são somente aos físicos, mas também os espaços enquanto
momento no qual se estabelecem as relações. Garcia conceitua este espaço como sendo o "lugar onde o
agente se encontra com o grupo popular para uma atividade comum, que tanto pode
ser a sombra de uma árvore como uma sala onde o grupo popular se reúne para uma
atividade comum, onde por exemplo se reúnem para realizar os cursos, preparar
os encontros, etc." (Garcia: 1987, p. 93).
Este espaço poderá ser também o das reuniões para a
organização da população. Nesse sentido é possível entender que os espaços de
organização podem e devem constituir-se em espaço no qual se desenvolve o
processo formativo na perspectiva da educação popular. Para que isso se dê é
preciso partir do conhecimento que a população tem da realidade e de como ela
experimenta os processos sociais engendrados nessa realidade e a partir daí desencadear
o processo educativo tendo como objetivo a constituição de sujeitos capazes de
propor, de forma criativa, soluções para os problemas enfrentados no seu
cotidiano.
Uma dimensão importante da Educação Popular é abrir
espaço para a criatividade e para a formação de verdadeiros sujeitos, pois ela
não é uma educação integrativa, como em algum momento da história se deu com a
educação formal. A Educação Popular deve ser criadora de uma cultura gerada no
seio das classes populares “na medida em que seus objetivos não se detêm em
integrar a pessoa em um contexto cultural previamente dado, mas situar o
educando na plenitude de seu papel de sujeito da cultura" (Wanderley:
1984, p. 107).
A contribuição do Serviço Social
A idéia de que a população mais pobre, em especial, a
dos bairros periféricos da cidade necessitaria desenvolver um processo de
participação na solução dos problemas que a aflige coloca-se como um desafio
para o Serviço Social. Para que isto seja possível é necessário utilizar uma
metodologia que possibilite desenvolver um processo de participação efetiva dos
sujeitos homens, mulheres, jovens, crianças, idosos e, o que permite esse
processo é a metodologia da educação popular. Os/as profissionais Assistentes
Sociais que trabalham com essa população, de modo particular, poderão
constituir-se nos agentes externos que colaboram na organização da população e
se compromete eticamente com ela . Essa metodologia poderá contribuir para que
as pessoas possam construir-se como sujeitos desse processo de organização da
população. Portanto, o papel dos profissionais, em especial dos/das Assistentes
Sociais, seria o de contribuir na organização da população para que se possa
iniciar um processo de participação que possibilite a formação de sujeitos
capazes de construir propostas de solução dos problemas sociais existentes no
seu bairro ou na sua cidade.
Agir profissionalmente nessa direção é olhar a
população como capaz de assumir suas responsabilidades, não como uma população
tão pobre e miserável que necessita ser “assistida”, mas uma população que,
apesar da implementação de políticas pontuais, compensatórias e das
necessidades emergenciais, pode construir-se como sujeito de sua própria
emancipação.
INTERFACES
ENTRE A PRÁTICA POLÍTICO/PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO POPULAR E O PROJETO
ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL
Camila Ribeiro Tomé; Nayara Albino Gonçalves; Nicole Barbosa Araujo; Onilda
Alves do Carmo.
A atual fase do capitalismo, marcada pela agudização da questão social no
seio da contradição capital/trabalho, pelo acirramento do individualismo e pela
criminalização das organizações dos trabalhadores, coloca grandes desafios para
o profissional de Serviço Social, na busca pela efetivação dos princípios de
seu projeto ético-político. Esta breve reflexão tem como principal objetivo
discutir as relações entre a prática político-pedagógica da Educação Popular e
o projeto ético-político do Serviço Social. A Educação Popular, enquanto
educação libertária se conecta ao valor ético central do projeto ético-político
do Serviço Social, o da liberdade, dialogando também com aos princípios de
autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais, que diferente
da visão um tanto restrita da educação formal, pressupõe o fortalecimento do
sujeito coletivo e a recusa da verticalidade tanto nos processos educativos,
quanto nas relações humanas. Para o Serviço Social, há que se recusar o arbítrio
e qualquer forma de autoritarismo, e também, apoiar de forma intransigente os
movimentos sociais e as lutas do povo. Enquanto educação da/para classe
trabalhadora, a Educação Popular tem uma intencionalidade, a transformação
social e a supressão de todas as formas de exploração e opressão, próprias do
modo de produção capitalista. Em seus princípios fundamentais, o Código de
Ética do assistente social – parte constitutiva do projeto ético-político –
preconiza que este profissional deve lutar contra todas as formas de opressões
e que deve optar por um projeto profissional vinculado ao processo de
construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe,
etnia e gênero. O Serviço Social, em sua dimensão socioeducativa, desenvolvida
junto à população trabalhadora e usuária de seus serviços, deve se comprometer
com a efetivação de seu projeto profissional, nesse sentido, a Educação Popular
se configura como uma metodologia deveras adequada, por seus pressupostos e
intencionalidades em comum, que pode auxiliar na atuação profissional do
assistente social que de fato esteja comprometido com a classe trabalhadora. De
forma que, esta perspectiva colabore na concretização da perspectiva
sócio-educativa na práxis do Serviço Social, que se comprometa a fomentar a
busca da sociedade civil tanto por direitos civis, políticos e sociais, sem
deixar de ter o horizonte da busca pela construção de uma sociedade de fato
justa que possa superar as contradições inerentes do sistema capitalista.
PASTORAIS SOCIAIS E ORGANISMOS DA
CNBB (CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL): EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO
POPULAR
Elisa
Inácio Dornelas
Como exemplo de atuações e
experiências na perspectiva da Educação Popular, temos as ações socioeducativas
desenvolvidas pelas Pastorais Sociais e Organismos da CNBB (Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil), que compõem a dimensão social da Igreja Católica
Apostólica Romana no Brasil.
As Pastorais Sociais surgiram na
década de 1970, no Brasil, tendo em vista os ‘novos problemas’ e/ou faces da
‘questão social’, que surgiram na conjuntura da sociedade brasileira da época.
Elas surgiram em um primeiro momento, para responder aos desafios que os povos
indígenas e camponeses enfrentavam na Amazônia.
Como metodologia, essas Pastorais
e Organismos contemplam em suas ações a educação como prática de liberdade, de
troca, de experiência, de escuta, na dimensão do direito e da cidadania, e têm
sempre em vista a transformação das estruturas sociais, políticas, econômicas e
culturais da sociedade brasileira, que se apresenta, atualmente, como uma das
mais injustas do planeta.
A Pastoral da Criança pertence ao
conjunto das Pastorais Sociais e Organismos da CNBB (Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil). A Pastoral teve sua gênese na tentativa de diminuir cada vez
mais a mortalidade infantil. O projeto teve seu início na Paróquia de São João
Batista, em 1983, na cidade de Florestápolis, no Paraná, contando com a
participação da médica sanitarista Zilda Arns e com o suporte de Dom Geraldo
Majella Agnelo, atualmente Arcebispo de Londrina.
São desenvolvidas, pela Pastoral
da Criança, uma série de ações socioeducativas, voltadas para a saúde,
nutrição, educação e cidadania em favor da gestante e do desenvolvimento
integral da criança. Os familiares das crianças acompanhadas, especialmente as
mães, aprendem a valorizar e a trabalhar com vigilância nutricional, a
identificar problemas de desnutrição, fortalecer o aleitamento materno,
alimentação enriquecida, controle de doenças respiratórias e diarréia, uso do
soro caseiro, prevenção de acidentes domésticos, e outras ações que propiciam
condições saudáveis para o desenvolvimento da criança.
Enfim,
podemos concluir que, as ações desenvolvidas pelas Pastorais Sociais e
Organismos da CNBB, tomando como exemplo a Pastoral da Criança, têm sua atuação
reforçada pela Educação Popular de Paulo Freire, pois visam a emancipação dos
sujeitos para o conhecimento e consciência cidadã e a afirmação do indivíduo
como sujeito de direitos, baseando-se, sem cessar, no saber da comunidade e do
sujeito objetivando a transformação social.
PRÁTICAS EDUCACIONAIS
NA REDE PÚBLICA DE ENSINO: A APLICAÇÃO DA EDUCAÇÃO POPULAR NO ENSINO
FUNDAMENTAL
Filipe Pimenta Carota
A escola pública nos dias atuais
vive um momento que, nunca antes conhecido pela história do nosso país, havia
se observado. Após anos de exclusão e defasagens, vemos que a escola pública,
desde os períodos de aberturas políticas pós 1985, tem criado ambientes
educacionais (ou unidades escolares) cada vez mais acessíveis a todas as
camadas da população. Quando analisamos a história da educação e a evolução da
democratização da rede pública de ensino percebemos que a exclusão foi sendo
abolida da realidade vivenciadas pelas escolas. Contudo, criaram-se espaços
destinados a todos, sem processos avaliativos acerca da aprendizagem escolar e
ensino ofertado, encontrou-se, então, inúmeras dificuldades na assimilação do
contexto social ligado as propostas de realizações de ações que promovessem
mudanças significativas na realidade social e escolar dos mesmos.
O resultado não poderia ser
diferente: alunos com defasagens educacionais, necessidades de progressão
continuada e remodelações constantes das propostas pedagógicas a fim de elevar
os índices, os rendimentos e desempenhos dos alunos atendidos. O que a educação
carece neste processo continuo de expansão e democratizações são de práticas
pedagógicas que sejam realizadas na rede pública de ensino através dos
conceitos da educação popular.
Em meados da década de 1950, tais
métodos, naquele contexto desenvolvido por Paulo Freire, foram primordiais para
o governo federal no que tange a redução do analfabetismo no Brasil. Contudo,
após o golpe militar de 1964 e o acordo MEC-USAID à educação pública passou a
ser influenciada por uma onda mercadológica, tecnicista e seriada, que na
analise de Michael Foucault aproximaria as escolas de linhas de produção fabril.
Carecemos de uma legitima proposta
pedagógica de ensino que desenvolva as competências e habilidades de acordo com
as capacidades cognitivas dos educandos partindo, primeiramente, dos conteúdos
vivenciados pelos mesmos bem como de seus conhecimentos acumulados na vivencia
cotidiana. Assim, poderemos dar inicio a um pensamento que torne os conteúdos
apreendidos com um real caráter significativo e de transformação na vida dos
educandos.
EDUCAÇÃO POPULAR:
CÍRCULOS DE CULTURA NO CENTRO DE APOIO PSICOSSOCIAL (CAPS) DE FRANCA
Autor:
Danilo Pinheiro de Ávila; Colaboradores: Barbara Ursini Novelli; Raul Cordeiro
Cassoni; Adriel Petean; Kátia Harumi Gondo; Camila Comerlato; Orientadora:
Prof. Dra. Patricia Soraya Mustafa
O Grupo de Alfabetização Paulo Freire é um grupo de extensão
universitária da UNESP, campus de Franca, existente desde 1997. Atualmente, tem
parceria com o Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS)
e com o Centro de Atenção Psicossocial –
álcool e drogas (CAPS-ad), onde o grupo realiza círculos de cultura. Além
disso, o grupo realiza atividades internas à faculdade, em eventos acadêmicos,
oficinas, entre outros, e externas, expressas pelo
constante contato com a comunidade de Franca/SP. No projeto junto ao CAPS-ad, o
GAPAF se propõe a pensar esses círculos de cultura pautando-nos na realidade
dos educandos, que tem problemas derivados do uso prejudicial do álcool ou
outras drogas. Todos já são alfabetizados, mas se afastaram da instituição
educacional formal há muito tempo.
Nos
círculos de cultura, lançamos mão de recursos culturais presentes na sociedade
(como literatura, cinema, mídia), para ampliar a visão de mundo dos educandos
e, também, fazê-los perceber
as opressões presentes na própria sociedade, pois, de acordo com a filosofia freiriana, uma vez percebidas, dá-se o
primeiro passo para transformação ou para ação propositiva.
Por conseguinte, como perspectiva de transformação, procuramos fomentar o senso
critico para que o educando possa pensar para além da dependência, fazendo com
que o mesmo possa ganhar consciência de que é parte primordial do meio em que
vive e, assim sendo, possa indagar e criticar esse mesmo meio.
Primordialmente, fazemos essa aproximação através da
metodologia dialógica de Paulo Freire, ou seja, horizontalizamos o diálogo,
sendo assim, nos colocamos no mesmo patamar de discussão dos educandos e, uma
vez que isso se dá em grupo, constitui-se o vinculo, normalmente nos dando toda
abrangência de sua realidade, para que possamos partir dela na preparação das aulas.
Como alternativa a educação formal, o GAPAF junto ao CAPS-ad
tem tido bons resultados, é possível reconhecer a importância do grupo para a
própria instituição e como auxiliador no tratamento da dependência química dos
educandos, sendo as atividades em grupo (o que contrapõe o atendimento dos
assistentes sociais e psicólogos), o que permite a criação de um sentimento de
pertencimento a um coletivo, fator importantíssimo para superação da
dependência, pois, dessa forma, o próprio educando tem acesso a realidades
parelhas a dele, o que o faz refletir sobre sua condição e a dos outros
educandos. No mais, vale ressaltar a
curiosidade despertada nos educandos, que sugerem temas para as discussões,
buscam material e levam-no para as atividades, além de demandar profundidade
nos assuntos que mais lhes interessam.
GRUPO DE ALFABETIZAÇÃO PAULO FREIRE
(GAPAF)
O GAPAF é um grupo de extensão interdisciplinar da
UNESP/Franca que trabalha com educação popular e é coordenado por dois
professores do Departamento de Serviço Social.
O grupo move-se pela filosofia freireana, na qual o sujeito
tem de estar não apenas no mundo, mas
com o mundo; assim, desenvolvemos
atividades em que os educandos, ao reconhecerem a realidade em que vivem,
possam buscar meios de reconhecê-la e modificá-la.
Atualmente, o grupo trabalha em duas frentes: com
adolescentes em conflito com a lei (em medida judicial de Liberdade Assistida –
L.A e Prestação de Serviços a Comunidade – PSC) e com adultos atendidos no Centro de Atenção Psicossocial para usuários
de Álcool e Drogas (CAPS – AD) de Franca. Nos dois casos, tratam-se de
demandas marginalizadas, que requerem atenção tanto do poder público como da
sociedade em geral. Neste sentido, o GAPAF busca, respeitando as limitações de
cada grupo, inseri-los de volta na sociedade.
O “Projeto de Educação Popular com adolescentes que cumprem
medidas sócio-educativas em Franca” tem como objetivo estimular a consciência
crítica dos educandos, para que assim os mesmos se reconheçam como sujeitos que
participam da construção de suas
realidades, e não como sujeitos alheios à mesma. Para tanto, o grupo desenvolve
atividades educativas, utilizando-se de vários recursos (audiovisuais, lúdicos,
etc.) que auxiliem na realização das ideias propostas. Pensamos que este
trabalho contribui de forma significativa para os adolescentes envolvidos, na
medida em que oferece uma forma diferente (crítica) de entenderem o contexto
sócio-econômico-político em que vivem; assim, os educandos possuem a chance de
se destacarem do sistema tradicional em que estão inseridos para que mudem seus
próprios contextos, sem que estejam à margem da sociedade. Importante notar que
as contribuições não estão ligadas somente aos educandos, mas também aos
educadores (estudantes universitários); entrando em contato com tais
adolescentes, os universitários possuem a chance de acrescentarem à teoria a
própria prática, imersa em uma realidade social muitas vezes ignorada; assim,
educadores também têm a chance de serem sujeitos históricos e participadores da
realidade em que vivem.
Outro projeto do grupo, sempre
atento às necessidades da comunidade local, trata-se do “Projeto de Círculos de
Cultura com a população atendida no CAPSad”, que começou a ser desenvolvido no
primeiro semestre de 2010. Neste projeto, os educadores (discentes da
UNESP/Franca) realizam um trabalho educativo através da arte e cultura, no
sentido de provocar uma reflexão crítica sobre a vida e os modos de vida na
presente sociedade.
Para tanto, o grupo se reúne
semanalmente às quartas-feiras, às 17h, na sala 17 do Centro de Estudo e
Extensão (CEE) do campus de Franca
para a Reunião Administrativa (RA) e às terças-feiras, às 13h00min, na mesma
sala para as preparações de aula. Em caso de dúvidas, entre em contato com o
grupo através do e-mail gapaf_unesp@yahoo.com.br.
E falando em Educação...
E AI... O QUE O ENADE
REFLETE NA SUA EDUCAÇÃO???
No ano de 2010, os alunos do 1º e 4º ano de Serviço Social
da UNESP Franca foram convocados para realizarem o Exame Nacional de Desempenho
de Estudantes (ENADE).
O PETSS, atento à necessidade de manter um fórum permanente
de debate sobre este sistema de avaliação apresenta o artigo de Wagner
Hosokama, militante da Articulação de Esquerda e coordenador municipal da
coordenadoria da Juventude da Prefeitura de Guarulhos (SP), que pontua os
encaminhamentos tomados junto a política de educação nacional culminando no
processo de aplicação do ENADE e seus rebatimentos na formação profissional.
ENADE, o serviço social não faz!
Wagner Hosokama
Os estudantes de serviço social do Brasil se somam as lutas
das entidades e organizações que permanecem mobilizadas por uma educação
pública, laica, estatal, sob controle da sociedade brasileira e de qualidade,
desde a creche a universidade.
Esta posição vem sendo construída desde 2004 onde apesar do
governo federal, entidades sindicais, estudantis e das categorias profissionais
terem sentados a mesa de negociação e buscar rever o antigo “provão” instituído
durante o governo FHC (1994-2002), que impôs uma avaliação burocrática, sem
participação ou intervenção da comunidade acadêmica, que avaliava o desempenho
dos estudantes e não das instituições de ensino, isso não produziu avanços
devido a força do lobby dos donos das instituições privadas.
O “provão” escondia a proposta do modelo neoliberal de poder
“ranquear” as instituições e apostando no mau desempenho das instituições de
ensino superior públicas. Contudo isso não se confirmou e as públicas eram
inclusive as melhores no desempenho gerando constrangimento ao governo
privatista de FHC que havia lotado o Conselho Nacional de Educação para a
lógica mercadológica das grandes instituições de ensino privada, onde a
mobilização do movimento estudantil organizado nas universidades e a força do
Fórum nacional de Executivas e Federações de cursos barrando a realização do
“provão” em muitas escolas do país.
Já durante o governo Lula houve a promessa de mudar o
“provão” consagrar um modelo de avaliação sob uma visão de Estado, penalizando
com fechamento ou incorporação ao sistema público instituições mal avaliadas e
avançando para que dirigentes acadêmicos, professores e estudantes pudessem com
a nova avaliação pudessem interferir nos processos pedagógicos das instituições
de ensino promovendo parte da democratização.
A frustração deu-se na imposição da Lei n° 10.861, de 14 de
abril de 2004, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
(Sinaes), com o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) mantendo
ainda a lógica que estabelece o ranking das instituições, penaliza o desempenho
do aluno e não a qualidade da instituição de ensino, bem como não considera as
notas como elementos para o descredenciamento de escolas que valorizam o lucro
e não a educação.
Frente a essa situação inúmeras entidades de defesa da
educação brasileira se posicionaram contrárias ao novo exame que mantinha a
velha lógica. No serviço social a unidade deu-se de forma plena entre
estudantes (ENESSO – Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social), profissionais
(CFESS – Conselho Federal de Serviço Social e regionais), e professores e
pesquisadores (ABEPSS – Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço
Social), que reuniram-se em suas assembléias gerais e encontros nacionais
explicaram em nota pública conjunta a posição contrária a este modelo de
avaliação e reafirmar a unidade da categoria em torno de um ensino público,
gratuito e de qualidade a serviço da sociedade brasileira.
Tristemente as criticas ao modelo de avaliação aplicado pelo
ENADE se confirmaram devido a denúncias feitas em sua maioria pelos próprios
estudantes de serviço social de que algumas instituições privadas estariam
promovendo ações com o caráter exclusivo de “aprovar” alunos no exame, uma
destas denúncias tornou-se destaque na grande imprensa com a “oferta” de
compensação em descontos em mensalidades, “cursinhos” internos como
preparatórios, enfim, uma infinidade de “jeitinhos” que colocam em xeque a
qualidade dos cursos oferecidos e confirmando o caráter mercantil das relações
nestas instituições de “ensino”.
Há uma saída? Sim, por diversas vezes seja pelo Fórum
Nacional em Defesa da Educação Pública ou pela articulação de diversas
entidades que tem defendido um sistema de avaliação público, com controle
social da sociedade e suas entidades representativas e com critérios que
examinem o desempenho dos estudantes, professores e gestor, a infraestrutura
oferecida, o nível de formação do corpo docente, o respeito as diretrizes
curriculares das profissões e principalmente o tripé: ensino-pesquisa-extensão,
fundamental para proporcionar á comunidade acadêmica condições de fazer evoluir
o processo de formação de uma consciência critica para serem profissionais a
serviço inclusive do país (e não apenas da sua subsistência).
Esta avaliação deve privilegiar uma ideia estratégia de
Estado e não a demanda dos interesses do mercado educacional, ou seja, formar
profissionais necessários à demanda da população brasileira considerando
demandas do mercado de trabalho e das regiões com falta de determinados
profissionais.
Não sendo um exame que “escolhe” os melhores e priores, mas
que garanta que todos tenham acesso à educação de qualidade universalmente.
Pensar outro ensino superior brasileiro precisa ser
articulado com um projeto maior de educação brasileira que vai da creche a
universidade, que pense isso aliado a um projeto de desenvolvimento de país, de
povo. Esta luta atravessa séculos e com certeza nossa unidade e mobilização é
necessária para que o projeto vitorioso seja de todos e não de poucos.
Aconteceu...
Sudeste
Pet
O XII Sudeste PET
aconteceu nos dias 5 a 8 de abril de
2012 na Universidade Federal do Espírito Santo.
O evento teve como tema Vivência no PET:
Impactos na Formação Profissional e Social.
O Sudeste PET é um evento de repercussão
nacional dentro do Programa de Educação Tutorial. Realizado já há doze anos,
este evento tem reunido os integrantes dos grupos PET do toda a região sudeste,
atingindo mais de 700 participantes no ultimo ano.
O evento tem por objetivo geral reunir os grupos
PET da Região Sudeste, oferecendo momentos de discussão prévia das questões a
serem debatidas e/ou deliberadas acerca do Programa Educação Tutorial, no
Encontro Nacional dos Grupos PET (ENAPET).
E possui por objetivos
específicos, (1) proporcionar um espaço de trocas de aprendizados no que tange
o tripé ensino, pesquisa e extensão entre os grupos da Região Sudeste,
possibilitando ampliar a gama de experiências em sua formação acadêmica e
cidadã; (2) estimular a participação dos grupos PET no debate sobre as novas
políticas públicas que envolvem o PET; (3) entender a contribuição do programa
como ação de desenvolvimento da qualidade do ensino.
II Colóquio PETSS
O II Colóquio PETSS obteve como temática “A
Categoria Mediação e o trabalho profissional: dimensão socioeducativa e
educação popular”, realizado pelo próprio grupo PETSS, ocorrendo nos dias 18 e
19 de abril na respectiva Universidade.
O evento se constituiu em quatro
mini-cursos, com assuntos em consonância com a formação profissional do
estudante de Serviço Social, tais temas abordados foram “A Dimensão
Socioeducativa do Trabalho Profissional”, “A Categoria Mediação em Lukács” e “A
Teoria Social Marxiana”. Durante as duas noites ocorreram conferências que
debateram “A Categoria Mediação e o Serviço Social”; na mesa de abertura o
conferencista foi o Prof. Dr. Reinaldo Nobre Pontes – Assistente Social e
Docente da Universidade Federal do Pará e no segundo a conferencia com o tema
“O Projeto Ético-Politico do Serviço Social e suas Mediações” teve como
palestrante Wagner Hosokawa, Assistente Social e Mestrando em Serviço Social
pela PUC-SP.O II Colóquio teve o objetivo de promover o debate
acerca da Categoria Mediação e seu significado no exercício profissional, que
utiliza como instrumento de sua ação e dimensão socioeducativa e os saberes da
educação popular, com vistas a realizar a abordagem da realidade em sua
totalidade. O evento contou com mini-cursos e palestras, além de atividades
culturais, que se constituem em importante espaço de debate acerca de temas com
relevância primordial para os estudantes de Serviço Social, tanto graduandos
como pós-graduando, além de possibilitar a participação de profissionais da
área e afins, de funcionários, a comunidade e os estudantes dos demais cursos
da Faculdade.
I ENCONTRO
DE PESQUISAS SOBRE FAMÍLIAS “PROF. DR. PE. MÁRIO JOSÉ FILHO”
Prof.ª Drª Ana Cristina Nassif Soares
Coordenadora do GEPEFA
Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Famílias
(GEPEFA) realizou o I Encontro de Pesquisas sobre Famílias “Prof. Dr. Pe. Mário
José Filho” (ENPEFA), nos dias 2 e 3 de maio de 2012, na Faculdade de Ciências
Humanas e Sociais (FCHS) da UNESP – Franca.
A abertura do evento ficou a cargo da Profa.
Dra. Maria Lúcia Martinelli (PUC-SP), que ministrou palestra sobre
“Perspectivas interdisciplinares do trabalho com famílias”, mantendo a idéia
original do GEPEFA e o objetivo principal do encontro, precedida por homenagens
do GEPEFA ao co-fundador do mesmo, Prof. Dr. Pe. Mário José Filho, falecido em
13 de outubro de 2012.
No dia 3, logo pela manhã, ocorreu a atividade
“Conversações sobre famílias”, com as profissionais Carla dos Reis Galvão
Prazeres, assistente social coordenadora do Serviço de Acolhimento Familiar, da
Prefeitura de Franca, SP; Lisandra Aguiar Amorim Ferreira, assistente social do
CREAS de Franca, SP, Maria Bernadete Saldanha Lopes, advogada da Unidade
Auxiliar Centro Jurídico Social da FCHS – UNESP – Franca, SP e Roberta
Meneguetti Vaz da Costa Freitas, psicóloga do CREAS de Franca, SP. Nesta roda
de conversa, as profissionais expuseram suas práticas ligadas às famílias e
problematizaram estes trabalhos. Suas falas foram bastante estimulantes e
desafiadoras, provocando a platéia a realizar muitas perguntas às palestrantes.
No mesmo dia na parte da tarde, vários artigos científicos
e relatos de experiências foram apresentados em sessões de Comunicações Orais
de pesquisas, divididos em seis eixos temáticos ligados ao tema do
Encontro. As discussões foram
extremamente produtivas, sendo que estas tiveram que ser encerradas por conta
do horário de início das atividades noturnas. Ou seja, muitas sessões
ultrapassaram em muito o horário de encerramento, por conta do interesse das
pessoas em refletir e debater os temas.
O I ENPEFA “Prof. Dr. Pe. Mário José Filho” foi
encerrado na noite do dia 3 de maio, com a apresentação da Orquestra de Violas
que, gentilmente, nos presenteou com músicas sertanejas de raiz, da melhor
qualidade.
Logo após a apresentação musical, coube ao Prof.
Dr. Geraldo Romanelli (FFCLRP-USP) ministrar a palestra final intitulada
“Diversidade das configurações familiares cotidianas”. Trazendo considerações inquietantes, a fala
do professor Geraldo estimulou reflexões críticas.
Estiveram presentes ao I ENPEFA 323
participantes, sendo os mesmos pertencentes a quarenta e nove (49) municípios,
distribuídos em nove (9) Estados brasileiros. Contamos, ainda, com quarenta e
nove (49) profissões de diversos ramos.
Desta forma, acreditamos ter alcançado os
objetivos deste I ENPEFA, que foram o de problematizar questões relativas ao
tema “Famílias”, através de palestras, debates, troca de experiências e artigos
científicos, bem como o de estimular o trabalho interdisciplinar,
característica principal do GEPEFA.
Encontro
Regional dos Estudantes de Serviço Social - ERESS -Região VII
O evento aconteceu nos dias 28, 29,30 de
abril e 01 maio na cidade de Cubatão - SP, que contou com estudantes de toda a
região VII de São Paulo, no qual muitos alunos presentes estavam em seu
primeiro contato com o Movimento Estudantil de Serviço Social - MESS.
O
ERESS 2012 fora marcado pela Formação Política, onde as mesas de Abertura de
cada Eixo foram boas e as discussões em cada Grupo de Discussão (GD) foram bem
pontuadas. O evento contou com uma noite cultural, que foi excelente, sendo
discutida a questão da mulher negra na sociedade, e seus diversos rebatimentos.
Nos
GDs foi possível a troca de informações e experiências entre os estudantes,
haja visto que em sua maioria eram estudantes de universidades privadas que tem
enfrentamentos muitas vezes diferentes aos das universidade públicas, sendo
trocas fundamentas no processo de construção do movimento estudantil.
O
ERESS é um espaço importantíssimo para a Formação Política e também
Profissional, pois o contato com outros companheiros é uma articulação para as
lutas propostas e que compõem o MESS, e as mesas de trabalhos fundamentais para
embasar nosso aporte teórico. Porém, salientamos que em um evento deste porte
todas as ações não podem ficar concentradas, já que lutamos para romper com esse
modelo de sociedade, em que centraliza o “poder” em determinados grupos, e
acreditamos que a construção coletiva é que vai de fato transformar esses tipos
de relações hierarquizadas.
Centro Acadêmico de Serviço Social – CASS “Rosa Luxemburgo”
Gestão “NovAção”
Falo Mesmo...
Sua
opinião é importante para a construção de um espaço crítico.
ENQUETE
Quais atividades você gostaria que o Grupo PET realizasse junto à
graduação?
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