PET

PET - Programa de Educação Tutorial do curso Serviço Social da Unesp Campus de Franca.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Processo Seletivo PETSS - 2013


Processo Seletivo do Programa de Educação Tutorial

PET – Serviço Social – 2013
 

Serão abertas as inscrições do processo seletivo para ingresso no Grupo PET – Serviço Social, para o ano de 2013, que deverão ser feitas no Departamento de Serviço Social entre os dias 17 de setembro e 1º de outubro, das 8:30 às 11:00 horas e das 14:00 às 16:30 horas, com a Secretária Renata.

Serão oferecidas 06 vagas, sendo 01 para bolsista e 05 para não bolsistas, podendo surgir mais bolsas posteriormente.

Os candidatos deverão retirar a ficha de inscrição no próprio Departamento e devolvê-la no período referido.


Pré-requisitos:

1.     Estar cursando o 1º ano de Serviço Social;

2.     Não apresentar mais de uma reprovação no boletim escolar;

3.     Apresentar bom desempenho acadêmico;

4.     Ter disponibilidade para dedicação de no mínimo 20 horas semanais ao programa.


Para a inscrição ser efetuada é obrigatório a apresentação da ficha de inscrição devidamente preenchida, com os seguintes documentos anexos:

·        Uma foto 3X4;

·        Boletim escolar referente à graduação em Serviço Social (poderá encontrar no site da UNESP, através do SISGRAD).


A seleção será realizada em duas fases, sendo a 1ª fase no dia 03/10 (avaliação dissertativa) e a 2ª fase nos dias 15/10 (entrevista individual – manhã e tarde) e 16/10 (dinâmica).

·        A primeira fase dar-se-á mediante: uma avaliação dissertativa entre todos os candidatos no dia 03/10 (quarta-feira) das 13:30 às 16:30 horas;

A avaliação dissertativa, consistirá em uma questão específica acerca da temática referente ao conteúdo programático do 1º ano do curso de Serviço Social e uma questão sobre atualidades.

Observação: esta primeira fase será eliminatória com média mínima de 05 pontos. O resultado será divulgado no dia 10/10 pela internet, no blog e no site do PETSS e por meio de cartazes no 1º ano de Serviço Social e no Departamento de Serviço Social.

·        A segunda fase compreenderá: entrevista individual com a comissão de seleção do PETSS no dia 15/10 (segunda-feira) no período da manhã: (8:00 às 11:00 horas), nas salas de Relações Internacionais e no período da tarde: (14:00 às 17:00 horas), nas salas de Serviço Social, e  dinâmica no dia 16/10 (terça-feira) às 13:30 horas na sala 25 (Laboratório de Medicina Legal).

OBS: Trazer uma fotocópia (xerox) do Documento de Identidade, RG e CPF para a entrevista.


Será desclassificado (a) o candidato (a) que não comparecer em uma das fases ou não apresentar os documentos solicitados.


         O resultado final será divulgado no dia 23 de outubro de 2012 por meio de cartazes afixados no 1º ano de Serviço Social, Departamento de Serviço Social e email pessoal.

         Os candidatos aprovados receberão um email enviado pelo grupo PETSS e deverão respondê-lo confirmando interesse pela vaga até o dia 30 de outubro de 2012.


GRUPO PET – SERVIÇO SOCIAL

Informações: Sala 39 e 40 (Segundas e quintas-feiras das 14:00 às 17:00)

Email: petss2012@yahoogrupos.com.br



1ª Reunião com os selecionados: 29/11/2012 às 14:00.
 

Profª Drª Cirlene Ap. H. S. Oliveira

Tutora PET – Serviço Social 

Franca, 17 de setembro de 2012.

Boletim Informativo

 
ABRA JÁ!!!
 
PETSS
 

  Agosto/2012 
Olá leitores!
Nesta edição abordaremos como temática central “Educação e Educação Popular”. Tivemos a colaboração de professores, estudantes e o grupo GAPAF (Grupo de Alfabetização Paulo Freire), que enviaram os textos referentes ao tema. Nossa intenção é constituir um elo de comunicação junto à graduação tendo como finalidade apresentar as atividades em andamento da UNESP Franca. Pretendemos continuar nas próximas edições a dialogar com outros grupos que queiram socializar suas atividades.
 
O Grupo PETSS
 
O Programa de Educação Tutorial de Serviço Social – PETSS é formado por estudantes do 2º, 3º e 4º ano, e desenvolve suas atividades em conformidade com o tripé da Universidade: ensino, pesquisa e extensão. Cada uma das atividades-fins tem papel fundamental na formação profissional; dessa forma o Grupo PETSS desenvolve o conjunto de suas atividades articulado ao tripé.
Possuímos atividades de Ensino, que se realizam através de estudos, Cine PET, visitas institucionais, eventos científicos, oficinas, dentre outras.
A Pesquisa é de natureza coletiva, nucleada na linha Trabalho, Formação Profissional e Políticas Públicas e subdividida de acordo com a extensão que cada aluno está inserido dentro do grupo PETSS.
E por fim a Extensão, que engloba quatro projetos:
·              (Re) inventando a velhice: a dimensão socioeducativa com idosos institucionalizados, realizado com idosos do Lar São Vicente de Paulo;
·              GROTE - Grupo de Oficinas Temáticas, voltado para adolescentes que cumprem medida socioeducativa – LA (Liberdade Assistida) no CREAS;
·              Processo de Análise Socioeconômica do Cursinho Popular da UNESP, que se caracteriza por um processo de preparação para a seleção socioeconômica do cursinho da UNESP;
·              Trabalho socioeducativo no CRAS, realizado com adolescentes inscritos no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) do CRAS Sul.
     Visite o blog e conheça nosso grupo: http://petservicosocial.blogspot.com/
 
INTEGRANTES:
 
2º ano
3º ano
4º ano
Angélica Borges de Sousa P. Capel
Bruna Thaiana G. Xavier
Ana Carolina F. Silva
Josilene Facioli
Daniele Cristine Ferreira
Cristina Alves Moreira
Marlu Barcaroli
Emilena F. dos Santos
Davílis Cintia M. de Almeida
 
Monique Nogueira Silva
Felipe H. dos Santos Freitas
Isabela Lima B. de Almeida
Rafaella Rodrigues Venâncio
Mayara Simon Bezerra
Isadora Canelii Bonfanti
Suzana Batista
 
 
 
Tutora: Profª Drª Cirlene Aparecida Hilário S. Oliveira

Refletindo sobre educação...
 
Em decorrência do agravamento do processo de precarização do ensino superior no Brasil, o grupo PETSS considerou pertinente trazer contribuições ao debate sobre a educação brasileira na contemporaneidade, partindo inclusive de uma das concepções de Paulo Freire: “Não existe saber mais ou saber menos. Há saberes diferentes.” Portanto, procuramos enfocar diferentes olhares sobre a realidade educacional numa perspectiva plural.
 
REFLETINDO SOBRE A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Profª Drª Eliana Bolorino Canteiro Martins
Docente do Departamento de Serviço Social
 
Refletir sobre a política de educação brasileira tem o intuito de aguçar o interesse por esta temática, principalmente para os assistentes sociais, considerando a importância que a educação adquire para elevação cultural das massas (Gramsci, 1991), com possibilidade de formar uma consciência critica da realidade.
            A educação, dimensão complexa e histórica da vida social, é um processo social vivido no âmbito da sociedade civil e protagonizado por diversos sujeitos sociais, mas também é uma área estratégica de atuação do Estado, que pode utilizá-la como mero instrumento de preparação para o mercado de trabalho e também como forma de transmitir a ideologia dominante.
            Neste sentido, a Política de Educação, como política social, é um espaço contraditório de embate entre diversos projetos societários que se legitimam historicamente, conforme se estabelece a correlação de forças existente naquela determinada realidade e contexto histórico.
            Ao longo das últimas décadas, o processo de produção capitalista sofreu profunda reestruturação visando manter a hegemonia do capital. Essas mudanças no processo produtivo, nas relações de trabalho, entre outras provocaram alterações na esfera da educação e da cultura, considerando que o mercado de trabalho exige profissionais polivalentes capazes de se ajustar as novas demandas do trabalho, valorizando o saber meramente instrumental.
            Nesta perspectiva, a educação tornou-se prioritária na agenda mundial, considerando o lugar privilegiado que ocupa no desenvolvimento econômico sendo portanto, preconizada por vários organismos internacionais que influenciam as reformas educacionais nos diversos países, pautada principalmente, pela expansão quantitativa do acesso a educação escolarizada em detrimento da sua qualidade.
            “De certo modo, há que se destacar o processo de valorização da educação vem se mostrando impregnado por uma concepção alicerçada nos pressupostos da economia, ou seja, educar para a competitividade, educar para o mercado, educar para incorporar o Brasil no contexto da globalização. Esta visão restrita acabou por deixar de lado muitos dos valores que anteriormente vinham informando o fazer educacional: educar para a cidadania, educar para a participação política, educar para construir a cultura, educar para a vida em geral” (BARONE, 2000 p.8).
            Desta forma constata-se que os ditames do mercado são os pressupostos que fundamentam a política de educação brasileira, conforme a análise de diversos educadores, tais como: Gentili (1995); Frigotto (2002); Saviani (2002), entre outros, que indicam que as modificações na estrutura da educação brasileira, organizadas na reforma educacional, acontecem no bojo da implementação de uma série de políticas que visam estabelecer as relações favoráveis às mudanças no padrão de acumulação dos paises do terceiro mundo.
            No Brasil, com a luta dos movimentos sociais conseguiram garantir na Constituição Federal de 1988 que educação atingisse o status de direito social, garantindo a obrigatoriedade da educação infantil e do ensino fundamental, e progressiva expansão do ensino médio.
            Portanto, na constituição brasileira a educação é reconhecida como direito público subjetivo, isto significa dizer que “os indivíduos tem o direito de requerer do Estado à prestação educacional, porque o descumprimento deste dever traz como consequência à responsabilização da autoridade competente, segundo determina o artigo 208, parágrafo 1° e 2° da Constituição Federal de 1988” (VIEIRA, 2001, p.23).
O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 53, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, garante o disposto na Constituição brasileira, em relação à educação.
            Contudo a realidade explicita á distância entre o direito garantido na legislação e sua concretização, principalmente no que se refere à qualidade do ensino, cujo resultado tem sido a ‘fabricação’ de analfabetos funcionais, além de outras situações que demonstram a precariedade da educação.
            De acordo com o PNAD-2009 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 20,3% da população brasileira é analfabeto funcional, ou seja, pessoas com 15 anos ou mais de idade, que não completaram quatro anos de estudo, e em geral, lêem e escrevem frases simples, mas não conseguem interpretar textos e usar a leitura e a escrita em atividades cotidianas, impossibilitando o seu desenvolvimento pessoal e profissional.
            Portanto, a educação pública escolarizada ainda não se constituiu em um direito social efetivo.
            Diante dos fatos, considerando que o Serviço Social tem como um dos seus compromissos ético-político a defesa dos direitos sociais, lutando pelo acesso dos sujeitos históricos a esses direitos, que são efetivados por meio das políticas públicas, é imprescindível que os assistentes sociais também se engajem, junto com os educadores, na luta pela educação pública de qualidade e para todos.
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO ASSISTENTE SOCIAL NA EDUCAÇÃO
Elizângela Santana
                  
O Serviço Social na área da educação surgiu como uma alternativa para compreender os problemas do estudante em seu contexto social, sabendo que para o professor não era fácil conhecer o ambiente social e a vida fora da escola, pois tinha como função principal ministrar aulas.
Durante sua trajetória histórica, o Serviço Social escolar foi se estruturado e alcançando novos espaços, começando a atuar no processo preventivo possibilitando aos alunos um desenvolvimento completo na perspectiva transformadora, tornando-os verdadeiros cidadãos, conhecedores de seus direitos e conscientes de seus deveres.
Cabe à educação a tarefa de despertar os talentos e formar seres humanos que venham a ser atuantes na sociedade; faz-se necessário uma educação que não apenas informa, mas que forma verdadeiros cidadãos. E para que isto realmente aconteça é importante à presença de um profissional que tenha compromisso com a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais.
            Não há dúvida de que o projeto ético-político do Serviço Social brasileiro está vinculado a um projeto de transformação da sociedade. Os assistentes sociais na área de educação ou em qualquer outro setor devem articular os princípios propostos no projeto ético-político, rumo à defesa da universalidade dos direitos e da defesa intransigente dos direitos humanos.  
            Através da intervenção qualificada, ética e socialmente comprometida do Assistente Social na educação, pretende-se integrar família/escola e despertar nos educando suas potencialidades e capacidades de realização, tornando-os cidadãos comprometidos com o desenvolvimento social e a superação contínua dos próprios limites.
 
 
 
A educação e a interface com o serviço social
Patrícia Silva de Souza;
Profª Drª Helen Barbosa Raiz Engler (orientadora)
Docente do Departamento de Serviço Social
 
   O assistente social dentro da escola direcionará o debate das políticas para o campo social em articulação com o educacional, num processo de ampliação dos direitos dos sujeitos envolvidos na instituição educacional – a escola.  Sociologicamente, escola pode ser vista como grupo social, onde professores e alunos reunidos em constante interação e com objetivos comuns transmite cultura; e como instituição, conjunto de normas e procedimentos padronizados, valorizados pela sociedade tendo como objetivo principal a socialização do indivíduo e transmissão de cultura.         
   A escola nas suas diversas acepções mostra-se como local de aprendizagem social e convivência; local onde o indivíduo se torna cidadão capaz de fazer escolhas, criticar seu mundo, ser dono de sua história. È possível observar que boas escolas são críticas do sistema e buscam aproximar ensino e vida, procurando fazer do aluno ser humano integrado à sociedade. Ela pode ser também um espaço de lutas, de denúncias da domesticação e de soluções críticas feitas por indivíduos que desejam modificar o presente, para construirem um futuro a seu modo. Como disse Pedro Demo:
 
a cidadania que se elabora na escola não é qualquer uma. Pois é especificamente aquela que sabe fundar-se em conhecimento, primeiro para educar o conhecimento, e segundo, para estabelecer com competência inequívoca uma sociedade ética, mais equitativa e solidária.
 
   A atuação do assistente social no contexto escolar se dá em razão das múltiplas faces da questão social, também rebatidas no cotidiano dessas instituições; problemas que o conhecimento pedagógico não consegue enfrentar sozinho, fazendo-se necessário a intervenção de uma equipe interdisciplinar. Para que a prática profissional contribua no processo educacional é preciso que seja crítica e participativa, estando relacionada com as dimensões estruturais e conjunturais da realidade em sua totalidade.
 
 
Educação Popular...
 
 
A educação oficial busca o controle de consciência e condutas, já a educação popular se opõe a isto, ela reconhece o saber popular e suas formas de renovação. Tem intenção de transformar a realidade, mudar o mundo e os homens, como um instrumento de luta que desvenda o mundo para transformá-lo.
 
 
“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”. Paulo Freire
 
 
EDUCAÇÃO POPULAR – UM ESPAÇO POSSÍVEL NA CONSTRUÇÃO DE SUJEITOS COLETIVOS
 
Profª Drª Onilda Alves do Carmo
Docente do Departamento de Serviço Social
 
Uma concepção metodológica na perspectiva da Educação Popular deve ter como objetivo último, a formação de sujeitos que possam, por meio de suas ações, transformar a realidade em que vivem.
O ponto de partida para esta formação é a prática social destes sujeitos. Esta prática pressupõe tanto os elementos objetivos, aqueles que surgem na vida cotidiana de um grupo ou nos embates das lutas de classe, bem como os elementos subjetivos: os conhecimentos e interpretações que as pessoas deste grupo ou dessa classe social adquiriram em sua experiência.
Num processo educativo, pensado na perspectiva da educação popular, é importante definir não só o que fazer (ação), por quê (justificativa) e para que (objetivo), mas o como (metodologia) fazer.
Nas nossas práticas e na prática das lideranças dos movimentos populares, dirigentes sindicais definem-se, com certa facilidade, o quê, o para que e inclusive o por quê desta prática. O como fazer, não aparece seja porque não damos importância, seja porque temos dificuldade de pensar.
Um projeto de formação ou um pensado na perspectiva da educação popular deve ter definido não só o quê (ação), o para que (objetivos) e por quê (justificativa), mas também o como (metodologia) fazer, pois é através, principalmente, do como, que se alcança o objetivo último deste fazer. É na maneira de se realizar um determinado projeto que as pessoas nele envolvidas, aprofundam conhecimentos e concepções de mundo, crescem e se apropriam das idéias, das reflexões e aos pouco vão se tornando sujeitos deste processo. O como seria as estratégias que utilizamos para realizar uma ação (o quê), para com ela alcançar os objetivos (para que) a que nos propomos.
Estas estratégias englobam desde a orientação geral da nossa ação até os instrumentos que vamos utilizar para realizá-la. A opção por uma determinada estratégia revela a concepção metodológica que temos. Esta concepção é a base para a formulação e aplicação da metodologia, dos métodos e das técnicas específicas que utilizamos, de maneira crítica e criativa na nossa ação, tendo em vista a realidade na qual ela se insere.
Esse processo só é possível acontecer se for realizado com uma metodologia que conceba como ponto de partida o saber que nasce da experiência de vida e trabalho, das pessoas envolvidas na ação. Essa metodologia é a da Educação Popular.
 
Educação Popular: pressupostos e métodos
 
A Educação Popular, não é a educação formal, com conteúdos pré-determinados e destinada a transmitir conhecimentos. Ela é uma proposta que nasce a partir do olhar que se lança sobre a realidade na qual os educandos vivem e ela se propõe a ajudar esse educando a conhecer e analisar essa realidade, não a partir do livros que trazem um conhecimento já sistematizado, mas a partir do saber que nasce da experiência de vida e trabalho desses educandos. Essa experiência  propicia um tipo de saber  construído a partir da prática enquanto experiência do trabalhador conhecido como saber popular.
Essa prática social é a experiência de vida e trabalho dos educandos e dos seus iguais que pode ser a família, a comunidade ou grupo social.
Tomo Educação Popular no sentido usado por Brandão que seria a educação que os grupos populares proporcionam a si próprios, como uma classe social e através de suas instituições legítimas de classe. Essa educação seria, segundo Brandão, uma forma de educação menos 'oficial e menos enquadrada nos programas professor-aluno. Essa educação acontece, de maneira geral, fora dos muros das escolas oficiais, é aquela um operário recebe fora da fábrica e fora da escola, dentro do sindicato  (Brandão: 1977 p. 42).
Essa forma de aprendizagem contempla um método diferente daquele que rege a educação dada nas escolas que pressupõe, muitas vezes, um professor que detém o conhecimento e os alunos que nada sabem e que precisam aprender com o professor. O que se usa na Educação Popular é um método criado pelo educador Paulo Freire que sugere construir o conteúdo da aprendizagem junto com os educandos. A diferença fundamental entre um e outro não está tanto em graus de qualidade. Está no fato de que um, 'erudito', tornou uma forma própria, centralizada e legítima de conhecimento associado a diferentes instâncias de poder, enquanto o outro, 'popular', restou difuso — não-centralizado em uma agência de especialistas ou em um pólo separado de poder — no interior da vida subalterna da sociedade" (Brandão: 1986,  p. 25 ).
 
Experiência: ponto de partida para o processo de organização
 
No processo educativo da educação popular o ponto de partida é o saber popular que nasce da experiência das pessoas e de suas comunidades e grupos. Para Brandão o saber da comunidade torna-se o “saber das frações (classes, grupos, povos, tribos) subalternas da sociedade desigual”  (Brandão: 1986,  p. 26).
O saber popular, é fruto da experiência de vida e trabalho das pessoas e suas comunidades portanto é importante considerar com relevância a  experiência dos grupos com os quais se irá trabalhar. A metodologia da educação popular pressupõe, a participação real dos educandos sem ela não é possível o  desenvolvimento do processo educativo.
Em se tratando da experiência popular podemos afirmar que a experiência de que falamos poderia enquadrar-se no que ele chamou de experiência existencial que seria o da “experiência pessoal do ser humano em toda sua totalidade, seus componentes estruturais e seus princípios de ação. É uma experiência constituída e captada na lucidez de consciência e na generosidade do amor, portanto uma experiência pessoal no sentido estrito da palavra” (Miranda: 1998 p. 122).
A experiência no senso comum é dada como uma modalidade de conhecimento imediato. Este conhecimento permite que o sujeito vá acumulando informações que lhe servirão de guia para, numa situação semelhante àquela em que vivenciou determinada experiência, tirar suas conclusões.  Para Miranda a experiência não só é um tipo de conhecimento imediato, mas ela é também fonte de conhecimento, que “não acontece pela atividade discursiva da inteligência, como seria a conclusão de um silogismo, nem por uma reflexão posterior, e nem pelo acolhimento do saber em razão da autoridade ou de tradição histórica. Trata-se, portanto, de uma percepção simples e imediata de algo, que provoca grande certeza fundada numa evidência específica" (Miranda: 1998 p. 121).
 
O espaço no qual acontece a educação popular
 
A educação popular se dá no processo de organização de um grupo social, de uma comunidade ou de uma classe. Por isso o espaço no qual ela acontece não são somente aos físicos, mas também os espaços enquanto momento no qual se estabelecem as relações. Garcia conceitua este espaço como sendo o "lugar onde o agente se encontra com o grupo popular para uma atividade comum, que tanto pode ser a sombra de uma árvore como uma sala onde o grupo popular se reúne para uma atividade comum, onde por exemplo se reúnem para realizar os cursos, preparar os encontros, etc." (Garcia: 1987, p. 93).
Este espaço poderá ser também o das reuniões para a organização da população. Nesse sentido é possível entender que os espaços de organização podem e devem constituir-se em espaço no qual se desenvolve o processo formativo na perspectiva da educação popular. Para que isso se dê é preciso partir do conhecimento que a população tem da realidade e de como ela experimenta os processos sociais engendrados nessa realidade e a partir daí desencadear o processo educativo tendo como objetivo a constituição de sujeitos capazes de propor, de forma criativa, soluções para os problemas enfrentados no seu cotidiano.
Uma dimensão importante da Educação Popular é abrir espaço para a criatividade e para a formação de verdadeiros sujeitos, pois ela não é uma educação integrativa, como em algum momento da história se deu com a educação formal. A Educação Popular deve ser criadora de uma cultura gerada no seio das classes populares “na medida em que seus objetivos não se detêm em integrar a pessoa em um contexto cultural previamente dado, mas situar o educando na plenitude de seu papel de sujeito da cultura" (Wanderley: 1984, p. 107).
 
A contribuição do Serviço Social
 
A idéia de que a população mais pobre, em especial, a dos bairros periféricos da cidade necessitaria desenvolver um processo de participação na solução dos problemas que a aflige coloca-se como um desafio para o Serviço Social. Para que isto seja possível é necessário utilizar uma metodologia que possibilite desenvolver um processo de participação efetiva dos sujeitos homens, mulheres, jovens, crianças, idosos e, o que permite esse processo é a metodologia da educação popular. Os/as profissionais Assistentes Sociais que trabalham com essa população, de modo particular, poderão constituir-se nos agentes externos que colaboram na organização da população e se compromete eticamente com ela . Essa metodologia poderá contribuir para que as pessoas possam construir-se como sujeitos desse processo de organização da população. Portanto, o papel dos profissionais, em especial dos/das Assistentes Sociais, seria o de contribuir na organização da população para que se possa iniciar um processo de participação que possibilite a formação de sujeitos capazes de construir propostas de solução dos problemas sociais existentes no seu bairro ou na sua cidade.
Agir profissionalmente nessa direção é olhar a população como capaz de assumir suas responsabilidades, não como uma população tão pobre e miserável que necessita ser “assistida”, mas uma população que, apesar da implementação de políticas pontuais, compensatórias e das necessidades emergenciais, pode construir-se como sujeito de sua própria emancipação.
 
INTERFACES ENTRE A PRÁTICA POLÍTICO/PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO POPULAR E O PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL
 
Camila Ribeiro Tomé; Nayara Albino Gonçalves; Nicole Barbosa Araujo; Onilda Alves do Carmo.
A atual fase do capitalismo, marcada pela agudização da questão social no seio da contradição capital/trabalho, pelo acirramento do individualismo e pela criminalização das organizações dos trabalhadores, coloca grandes desafios para o profissional de Serviço Social, na busca pela efetivação dos princípios de seu projeto ético-político. Esta breve reflexão tem como principal objetivo discutir as relações entre a prática político-pedagógica da Educação Popular e o projeto ético-político do Serviço Social. A Educação Popular, enquanto educação libertária se conecta ao valor ético central do projeto ético-político do Serviço Social, o da liberdade, dialogando também com aos princípios de autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais, que diferente da visão um tanto restrita da educação formal, pressupõe o fortalecimento do sujeito coletivo e a recusa da verticalidade tanto nos processos educativos, quanto nas relações humanas. Para o Serviço Social, há que se recusar o arbítrio e qualquer forma de autoritarismo, e também, apoiar de forma intransigente os movimentos sociais e as lutas do povo. Enquanto educação da/para classe trabalhadora, a Educação Popular tem uma intencionalidade, a transformação social e a supressão de todas as formas de exploração e opressão, próprias do modo de produção capitalista. Em seus princípios fundamentais, o Código de Ética do assistente social – parte constitutiva do projeto ético-político – preconiza que este profissional deve lutar contra todas as formas de opressões e que deve optar por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero. O Serviço Social, em sua dimensão socioeducativa, desenvolvida junto à população trabalhadora e usuária de seus serviços, deve se comprometer com a efetivação de seu projeto profissional, nesse sentido, a Educação Popular se configura como uma metodologia deveras adequada, por seus pressupostos e intencionalidades em comum, que pode auxiliar na atuação profissional do assistente social que de fato esteja comprometido com a classe trabalhadora. De forma que, esta perspectiva colabore na concretização da perspectiva sócio-educativa na práxis do Serviço Social, que se comprometa a fomentar a busca da sociedade civil tanto por direitos civis, políticos e sociais, sem deixar de ter o horizonte da busca pela construção de uma sociedade de fato justa que possa superar as contradições inerentes do sistema capitalista.
 
 
PASTORAIS SOCIAIS E ORGANISMOS DA CNBB (CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL): EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO POPULAR
Elisa Inácio Dornelas
Como exemplo de atuações e experiências na perspectiva da Educação Popular, temos as ações socioeducativas desenvolvidas pelas Pastorais Sociais e Organismos da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que compõem a dimensão social da Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil.
As Pastorais Sociais surgiram na década de 1970, no Brasil, tendo em vista os ‘novos problemas’ e/ou faces da ‘questão social’, que surgiram na conjuntura da sociedade brasileira da época. Elas surgiram em um primeiro momento, para responder aos desafios que os povos indígenas e camponeses enfrentavam na Amazônia.
Como metodologia, essas Pastorais e Organismos contemplam em suas ações a educação como prática de liberdade, de troca, de experiência, de escuta, na dimensão do direito e da cidadania, e têm sempre em vista a transformação das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais da sociedade brasileira, que se apresenta, atualmente, como uma das mais injustas do planeta.
A Pastoral da Criança pertence ao conjunto das Pastorais Sociais e Organismos da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). A Pastoral teve sua gênese na tentativa de diminuir cada vez mais a mortalidade infantil. O projeto teve seu início na Paróquia de São João Batista, em 1983, na cidade de Florestápolis, no Paraná, contando com a participação da médica sanitarista Zilda Arns e com o suporte de Dom Geraldo Majella Agnelo, atualmente Arcebispo de Londrina.
São desenvolvidas, pela Pastoral da Criança, uma série de ações socioeducativas, voltadas para a saúde, nutrição, educação e cidadania em favor da gestante e do desenvolvimento integral da criança. Os familiares das crianças acompanhadas, especialmente as mães, aprendem a valorizar e a trabalhar com vigilância nutricional, a identificar problemas de desnutrição, fortalecer o aleitamento materno, alimentação enriquecida, controle de doenças respiratórias e diarréia, uso do soro caseiro, prevenção de acidentes domésticos, e outras ações que propiciam condições saudáveis para o desenvolvimento da criança.
Enfim, podemos concluir que, as ações desenvolvidas pelas Pastorais Sociais e Organismos da CNBB, tomando como exemplo a Pastoral da Criança, têm sua atuação reforçada pela Educação Popular de Paulo Freire, pois visam a emancipação dos sujeitos para o conhecimento e consciência cidadã e a afirmação do indivíduo como sujeito de direitos, baseando-se, sem cessar, no saber da comunidade e do sujeito objetivando a transformação social.
 
PRÁTICAS EDUCACIONAIS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO: A APLICAÇÃO DA EDUCAÇÃO POPULAR NO ENSINO FUNDAMENTAL
Filipe Pimenta Carota
         A escola pública nos dias atuais vive um momento que, nunca antes conhecido pela história do nosso país, havia se observado. Após anos de exclusão e defasagens, vemos que a escola pública, desde os períodos de aberturas políticas pós 1985, tem criado ambientes educacionais (ou unidades escolares) cada vez mais acessíveis a todas as camadas da população. Quando analisamos a história da educação e a evolução da democratização da rede pública de ensino percebemos que a exclusão foi sendo abolida da realidade vivenciadas pelas escolas. Contudo, criaram-se espaços destinados a todos, sem processos avaliativos acerca da aprendizagem escolar e ensino ofertado, encontrou-se, então, inúmeras dificuldades na assimilação do contexto social ligado as propostas de realizações de ações que promovessem mudanças significativas na realidade social e escolar dos mesmos.
            O resultado não poderia ser diferente: alunos com defasagens educacionais, necessidades de progressão continuada e remodelações constantes das propostas pedagógicas a fim de elevar os índices, os rendimentos e desempenhos dos alunos atendidos. O que a educação carece neste processo continuo de expansão e democratizações são de práticas pedagógicas que sejam realizadas na rede pública de ensino através dos conceitos da educação popular.
            Em meados da década de 1950, tais métodos, naquele contexto desenvolvido por Paulo Freire, foram primordiais para o governo federal no que tange a redução do analfabetismo no Brasil. Contudo, após o golpe militar de 1964 e o acordo MEC-USAID à educação pública passou a ser influenciada por uma onda mercadológica, tecnicista e seriada, que na analise de Michael Foucault aproximaria as escolas de linhas de produção fabril.
            Carecemos de uma legitima proposta pedagógica de ensino que desenvolva as competências e habilidades de acordo com as capacidades cognitivas dos educandos partindo, primeiramente, dos conteúdos vivenciados pelos mesmos bem como de seus conhecimentos acumulados na vivencia cotidiana. Assim, poderemos dar inicio a um pensamento que torne os conteúdos apreendidos com um real caráter significativo e de transformação na vida dos educandos.
 
EDUCAÇÃO POPULAR: CÍRCULOS DE CULTURA NO CENTRO DE APOIO PSICOSSOCIAL (CAPS) DE FRANCA
Autor: Danilo Pinheiro de Ávila; Colaboradores: Barbara Ursini Novelli; Raul Cordeiro Cassoni; Adriel Petean; Kátia Harumi Gondo; Camila Comerlato; Orientadora: Prof. Dra. Patricia Soraya Mustafa
O Grupo de Alfabetização Paulo Freire é um grupo de extensão universitária da UNESP, campus de Franca, existente desde 1997. Atualmente, tem parceria com o Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS) e com o Centro de Atenção Psicossocial – álcool e drogas (CAPS-ad), onde o grupo realiza círculos de cultura. Além disso, o grupo realiza atividades internas à faculdade, em eventos acadêmicos, oficinas, entre outros, e externas, expressas pelo constante contato com a comunidade de Franca/SP. No projeto junto ao CAPS-ad, o GAPAF se propõe a pensar esses círculos de cultura pautando-nos na realidade dos educandos, que tem problemas derivados do uso prejudicial do álcool ou outras drogas. Todos já são alfabetizados, mas se afastaram da instituição educacional formal há muito tempo.
            Nos círculos de cultura, lançamos mão de recursos culturais presentes na sociedade (como literatura, cinema, mídia), para ampliar a visão de mundo dos educandos e, também, fazê-los perceber as opressões presentes na própria sociedade, pois, de acordo com a filosofia freiriana, uma vez percebidas, dá-se o primeiro passo para transformação ou para ação propositiva. Por conseguinte, como perspectiva de transformação, procuramos fomentar o senso critico para que o educando possa pensar para além da dependência, fazendo com que o mesmo possa ganhar consciência de que é parte primordial do meio em que vive e, assim sendo, possa indagar e criticar esse mesmo meio.
Primordialmente, fazemos essa aproximação através da metodologia dialógica de Paulo Freire, ou seja, horizontalizamos o diálogo, sendo assim, nos colocamos no mesmo patamar de discussão dos educandos e, uma vez que isso se dá em grupo, constitui-se o vinculo, normalmente nos dando toda abrangência de sua realidade, para que possamos partir dela na preparação das aulas.
Como alternativa a educação formal, o GAPAF junto ao CAPS-ad tem tido bons resultados, é possível reconhecer a importância do grupo para a própria instituição e como auxiliador no tratamento da dependência química dos educandos, sendo as atividades em grupo (o que contrapõe o atendimento dos assistentes sociais e psicólogos), o que permite a criação de um sentimento de pertencimento a um coletivo, fator importantíssimo para superação da dependência, pois, dessa forma, o próprio educando tem acesso a realidades parelhas a dele, o que o faz refletir sobre sua condição e a dos outros educandos. No mais, vale ressaltar a curiosidade despertada nos educandos, que sugerem temas para as discussões, buscam material e levam-no para as atividades, além de demandar profundidade nos assuntos que mais lhes interessam.
 
 
GRUPO DE ALFABETIZAÇÃO PAULO FREIRE (GAPAF)
O GAPAF é um grupo de extensão interdisciplinar da UNESP/Franca que trabalha com educação popular e é coordenado por dois professores do Departamento de Serviço Social.
O grupo move-se pela filosofia freireana, na qual o sujeito tem de estar não apenas no mundo, mas com o mundo; assim, desenvolvemos atividades em que os educandos, ao reconhecerem a realidade em que vivem, possam buscar meios de reconhecê-la e modificá-la.
Atualmente, o grupo trabalha em duas frentes: com adolescentes em conflito com a lei (em medida judicial de Liberdade Assistida – L.A e Prestação de Serviços a Comunidade – PSC) e com adultos atendidos no Centro de Atenção Psicossocial para usuários de Álcool e Drogas (CAPS – AD) de Franca. Nos dois casos, tratam-se de demandas marginalizadas, que requerem atenção tanto do poder público como da sociedade em geral. Neste sentido, o GAPAF busca, respeitando as limitações de cada grupo, inseri-los de volta na sociedade.
O “Projeto de Educação Popular com adolescentes que cumprem medidas sócio-educativas em Franca” tem como objetivo estimular a consciência crítica dos educandos, para que assim os mesmos se reconheçam como sujeitos que participam da construção de suas realidades, e não como sujeitos alheios à mesma. Para tanto, o grupo desenvolve atividades educativas, utilizando-se de vários recursos (audiovisuais, lúdicos, etc.) que auxiliem na realização das ideias propostas. Pensamos que este trabalho contribui de forma significativa para os adolescentes envolvidos, na medida em que oferece uma forma diferente (crítica) de entenderem o contexto sócio-econômico-político em que vivem; assim, os educandos possuem a chance de se destacarem do sistema tradicional em que estão inseridos para que mudem seus próprios contextos, sem que estejam à margem da sociedade. Importante notar que as contribuições não estão ligadas somente aos educandos, mas também aos educadores (estudantes universitários); entrando em contato com tais adolescentes, os universitários possuem a chance de acrescentarem à teoria a própria prática, imersa em uma realidade social muitas vezes ignorada; assim, educadores também têm a chance de serem sujeitos históricos e participadores da realidade em que vivem.
Outro projeto do grupo, sempre atento às necessidades da comunidade local, trata-se do “Projeto de Círculos de Cultura com a população atendida no CAPSad”, que começou a ser desenvolvido no primeiro semestre de 2010. Neste projeto, os educadores (discentes da UNESP/Franca) realizam um trabalho educativo através da arte e cultura, no sentido de provocar uma reflexão crítica sobre a vida e os modos de vida na presente sociedade.
Para tanto, o grupo se reúne semanalmente às quartas-feiras, às 17h, na sala 17 do Centro de Estudo e Extensão (CEE) do campus de Franca para a Reunião Administrativa (RA) e às terças-feiras, às 13h00min, na mesma sala para as preparações de aula. Em caso de dúvidas, entre em contato com o grupo através do e-mail gapaf_unesp@yahoo.com.br.
 

 E falando em Educação...
 
 
E AI... O QUE O ENADE REFLETE NA SUA EDUCAÇÃO???
 

No ano de 2010, os alunos do 1º e 4º ano de Serviço Social da UNESP Franca foram convocados para realizarem o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE).
O PETSS, atento à necessidade de manter um fórum permanente de debate sobre este sistema de avaliação apresenta o artigo de Wagner Hosokama, militante da Articulação de Esquerda e coordenador municipal da coordenadoria da Juventude da Prefeitura de Guarulhos (SP), que pontua os encaminhamentos tomados junto a política de educação nacional culminando no processo de aplicação do ENADE e seus rebatimentos na formação profissional.
 
 
ENADE, o serviço social não faz!
Wagner Hosokama
 
Os estudantes de serviço social do Brasil se somam as lutas das entidades e organizações que permanecem mobilizadas por uma educação pública, laica, estatal, sob controle da sociedade brasileira e de qualidade, desde a creche a universidade.
Esta posição vem sendo construída desde 2004 onde apesar do governo federal, entidades sindicais, estudantis e das categorias profissionais terem sentados a mesa de negociação e buscar rever o antigo “provão” instituído durante o governo FHC (1994-2002), que impôs uma avaliação burocrática, sem participação ou intervenção da comunidade acadêmica, que avaliava o desempenho dos estudantes e não das instituições de ensino, isso não produziu avanços devido a força do lobby dos donos das instituições privadas.
O “provão” escondia a proposta do modelo neoliberal de poder “ranquear” as instituições e apostando no mau desempenho das instituições de ensino superior públicas. Contudo isso não se confirmou e as públicas eram inclusive as melhores no desempenho gerando constrangimento ao governo privatista de FHC que havia lotado o Conselho Nacional de Educação para a lógica mercadológica das grandes instituições de ensino privada, onde a mobilização do movimento estudantil organizado nas universidades e a força do Fórum nacional de Executivas e Federações de cursos barrando a realização do “provão” em muitas escolas do país.
Já durante o governo Lula houve a promessa de mudar o “provão” consagrar um modelo de avaliação sob uma visão de Estado, penalizando com fechamento ou incorporação ao sistema público instituições mal avaliadas e avançando para que dirigentes acadêmicos, professores e estudantes pudessem com a nova avaliação pudessem interferir nos processos pedagógicos das instituições de ensino promovendo parte da democratização.
A frustração deu-se na imposição da Lei n° 10.861, de 14 de abril de 2004, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), com o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) mantendo ainda a lógica que estabelece o ranking das instituições, penaliza o desempenho do aluno e não a qualidade da instituição de ensino, bem como não considera as notas como elementos para o descredenciamento de escolas que valorizam o lucro e não a educação.
Frente a essa situação inúmeras entidades de defesa da educação brasileira se posicionaram contrárias ao novo exame que mantinha a velha lógica. No serviço social a unidade deu-se de forma plena entre estudantes (ENESSO – Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social), profissionais (CFESS – Conselho Federal de Serviço Social e regionais), e professores e pesquisadores (ABEPSS – Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social), que reuniram-se em suas assembléias gerais e encontros nacionais explicaram em nota pública conjunta a posição contrária a este modelo de avaliação e reafirmar a unidade da categoria em torno de um ensino público, gratuito e de qualidade a serviço da sociedade brasileira.
Tristemente as criticas ao modelo de avaliação aplicado pelo ENADE se confirmaram devido a denúncias feitas em sua maioria pelos próprios estudantes de serviço social de que algumas instituições privadas estariam promovendo ações com o caráter exclusivo de “aprovar” alunos no exame, uma destas denúncias tornou-se destaque na grande imprensa com a “oferta” de compensação em descontos em mensalidades, “cursinhos” internos como preparatórios, enfim, uma infinidade de “jeitinhos” que colocam em xeque a qualidade dos cursos oferecidos e confirmando o caráter mercantil das relações nestas instituições de “ensino”.
Há uma saída? Sim, por diversas vezes seja pelo Fórum Nacional em Defesa da Educação Pública ou pela articulação de diversas entidades que tem defendido um sistema de avaliação público, com controle social da sociedade e suas entidades representativas e com critérios que examinem o desempenho dos estudantes, professores e gestor, a infraestrutura oferecida, o nível de formação do corpo docente, o respeito as diretrizes curriculares das profissões e principalmente o tripé: ensino-pesquisa-extensão, fundamental para proporcionar á comunidade acadêmica condições de fazer evoluir o processo de formação de uma consciência critica para serem profissionais a serviço inclusive do país (e não apenas da sua subsistência).
Esta avaliação deve privilegiar uma ideia estratégia de Estado e não a demanda dos interesses do mercado educacional, ou seja, formar profissionais necessários à demanda da população brasileira considerando demandas do mercado de trabalho e das regiões com falta de determinados profissionais.
Não sendo um exame que “escolhe” os melhores e priores, mas que garanta que todos tenham acesso à educação de qualidade universalmente.
Pensar outro ensino superior brasileiro precisa ser articulado com um projeto maior de educação brasileira que vai da creche a universidade, que pense isso aliado a um projeto de desenvolvimento de país, de povo. Esta luta atravessa séculos e com certeza nossa unidade e mobilização é necessária para que o projeto vitorioso seja de todos e não de poucos.
 
 
Aconteceu...
 
 
 
Sudeste Pet
 
 

 
O XII Sudeste PET aconteceu  nos dias 5 a 8 de abril de 2012 na Universidade Federal do Espírito Santo. O evento teve como tema Vivência no PET: Impactos na Formação Profissional e Social.
O Sudeste PET é um evento de repercussão nacional dentro do Programa de Educação Tutorial. Realizado já há doze anos, este evento tem reunido os integrantes dos grupos PET do toda a região sudeste, atingindo mais de 700 participantes no ultimo ano.
O evento tem por objetivo geral reunir os grupos PET da Região Sudeste, oferecendo momentos de discussão prévia das questões a serem debatidas e/ou deliberadas acerca do Programa Educação Tutorial, no Encontro Nacional dos Grupos PET (ENAPET).
E possui por objetivos específicos, (1) proporcionar um espaço de trocas de aprendizados no que tange o tripé ensino, pesquisa e extensão entre os grupos da Região Sudeste, possibilitando ampliar a gama de experiências em sua formação acadêmica e cidadã; (2) estimular a participação dos grupos PET no debate sobre as novas políticas públicas que envolvem o PET; (3) entender a contribuição do programa como ação de desenvolvimento da qualidade do ensino.
 Disponível no site. http://www.sudestepet.ufes.br
 
II Colóquio PETSS
 
 
O II Colóquio PETSS obteve como temática “A Categoria Mediação e o trabalho profissional: dimensão socioeducativa e educação popular”, realizado pelo próprio grupo PETSS, ocorrendo nos dias 18 e 19 de abril na respectiva Universidade.
 
O evento se constituiu em quatro mini-cursos, com assuntos em consonância com a formação profissional do estudante de Serviço Social, tais temas abordados foram “A Dimensão Socioeducativa do Trabalho Profissional”, “A Categoria Mediação em Lukács” e “A Teoria Social Marxiana”. Durante as duas noites ocorreram conferências que debateram “A Categoria Mediação e o Serviço Social”; na mesa de abertura o conferencista foi o Prof. Dr. Reinaldo Nobre Pontes – Assistente Social e Docente da Universidade Federal do Pará e no segundo a conferencia com o tema “O Projeto Ético-Politico do Serviço Social e suas Mediações” teve como palestrante Wagner Hosokawa, Assistente Social e Mestrando em Serviço Social pela PUC-SP.O II Colóquio teve o objetivo de promover o debate acerca da Categoria Mediação e seu significado no exercício profissional, que utiliza como instrumento de sua ação e dimensão socioeducativa e os saberes da educação popular, com vistas a realizar a abordagem da realidade em sua totalidade. O evento contou com mini-cursos e palestras, além de atividades culturais, que se constituem em importante espaço de debate acerca de temas com relevância primordial para os estudantes de Serviço Social, tanto graduandos como pós-graduando, além de possibilitar a participação de profissionais da área e afins, de funcionários, a comunidade e os estudantes dos demais cursos da Faculdade.
Disponível em http://www.facebook.com/events/336816249711341/Mestre em Serviço Social pela PUC/SP – BrasilDoutor em Sociologia pela Universidade Complutense de Madrid –UCM - Espanha


 
I ENCONTRO DE PESQUISAS SOBRE FAMÍLIAS “PROF. DR. PE. MÁRIO JOSÉ FILHO”
 
Prof.ª Drª Ana Cristina Nassif Soares
Coordenadora do GEPEFA
 
 
Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Famílias (GEPEFA) realizou o I Encontro de Pesquisas sobre Famílias “Prof. Dr. Pe. Mário José Filho” (ENPEFA), nos dias 2 e 3 de maio de 2012, na Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS) da UNESP – Franca.
A abertura do evento ficou a cargo da Profa. Dra. Maria Lúcia Martinelli (PUC-SP), que ministrou palestra sobre “Perspectivas interdisciplinares do trabalho com famílias”, mantendo a idéia original do GEPEFA e o objetivo principal do encontro, precedida por homenagens do GEPEFA ao co-fundador do mesmo, Prof. Dr. Pe. Mário José Filho, falecido em 13 de outubro de 2012. 
No dia 3, logo pela manhã, ocorreu a atividade “Conversações sobre famílias”, com as profissionais Carla dos Reis Galvão Prazeres, assistente social coordenadora do Serviço de Acolhimento Familiar, da Prefeitura de Franca, SP; Lisandra Aguiar Amorim Ferreira, assistente social do CREAS de Franca, SP, Maria Bernadete Saldanha Lopes, advogada da Unidade Auxiliar Centro Jurídico Social da FCHS – UNESP – Franca, SP e Roberta Meneguetti Vaz da Costa Freitas, psicóloga do CREAS de Franca, SP. Nesta roda de conversa, as profissionais expuseram suas práticas ligadas às famílias e problematizaram estes trabalhos. Suas falas foram bastante estimulantes e desafiadoras, provocando a platéia a realizar muitas perguntas às palestrantes.
No mesmo dia na parte da tarde, vários artigos científicos e relatos de experiências foram apresentados em sessões de Comunicações Orais de pesquisas, divididos em seis eixos temáticos ligados ao tema do Encontro.  As discussões foram extremamente produtivas, sendo que estas tiveram que ser encerradas por conta do horário de início das atividades noturnas. Ou seja, muitas sessões ultrapassaram em muito o horário de encerramento, por conta do interesse das pessoas em refletir e debater os temas.
O I ENPEFA “Prof. Dr. Pe. Mário José Filho” foi encerrado na noite do dia 3 de maio, com a apresentação da Orquestra de Violas que, gentilmente, nos presenteou com músicas sertanejas de raiz, da melhor qualidade.
Logo após a apresentação musical, coube ao Prof. Dr. Geraldo Romanelli (FFCLRP-USP) ministrar a palestra final intitulada “Diversidade das configurações familiares cotidianas”.  Trazendo considerações inquietantes, a fala do professor Geraldo estimulou reflexões críticas.
Estiveram presentes ao I ENPEFA 323 participantes, sendo os mesmos pertencentes a quarenta e nove (49) municípios, distribuídos em nove (9) Estados brasileiros. Contamos, ainda, com quarenta e nove (49) profissões de diversos ramos.
Desta forma, acreditamos ter alcançado os objetivos deste I ENPEFA, que foram o de problematizar questões relativas ao tema “Famílias”, através de palestras, debates, troca de experiências e artigos científicos, bem como o de estimular o trabalho interdisciplinar, característica principal do GEPEFA.
 
Encontro Regional dos Estudantes de Serviço Social - ERESS -Região VII
O evento aconteceu nos dias 28, 29,30 de abril e 01 maio na cidade de Cubatão - SP, que contou com estudantes de toda a região VII de São Paulo, no qual muitos alunos presentes estavam em seu primeiro contato com o Movimento Estudantil de Serviço Social - MESS.
O ERESS 2012 fora marcado pela Formação Política, onde as mesas de Abertura de cada Eixo foram boas e as discussões em cada Grupo de Discussão (GD) foram bem pontuadas. O evento contou com uma noite cultural, que foi excelente, sendo discutida a questão da mulher negra na sociedade, e seus diversos rebatimentos.
Nos GDs foi possível a troca de informações e experiências entre os estudantes, haja visto que em sua maioria eram estudantes de universidades privadas que tem enfrentamentos muitas vezes diferentes aos das universidade públicas, sendo trocas fundamentas no processo de construção do movimento estudantil.
O ERESS é um espaço importantíssimo para a Formação Política e também Profissional, pois o contato com outros companheiros é uma articulação para as lutas propostas e que compõem o MESS, e as mesas de trabalhos fundamentais para embasar nosso aporte teórico. Porém, salientamos que em um evento deste porte todas as ações não podem ficar concentradas, já que lutamos para romper com esse modelo de sociedade, em que centraliza o “poder” em determinados grupos, e acreditamos que a construção coletiva é que vai de fato transformar esses tipos de relações hierarquizadas.
 
 
Centro Acadêmico de Serviço Social – CASS “Rosa Luxemburgo”
Gestão “NovAção”
 
 
Falo Mesmo...
 
            Sugestões e críticas ao Abra Já!!! Envie e-mail para o GRUPO PETSS: boletiminformativo.petss@gmail.com 
Sua opinião é importante para a construção de um espaço crítico.
 
 
ENQUETE
Quais atividades você gostaria que o Grupo PET realizasse junto à graduação?
 
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Organizadoras:
 
Isabela Lima Bonfim de Almeida
Mayara Simon Bezerra
Profª Drª Cirlene Aparecida Hilário S. Oliveira
 
Agradecimentos:
Isabela Campos Pinheiro
Micaela Martinho Oliveira
Arte Educação Popular: Beatriz Eleonora Campos Bueno do Carmo